Hoje nasceu de repente uma poesia a partir de uma sessão de pensamento. Eu fazia supervisão de uma aluna da formação de facilitadores em Thinking Environment e ela explorou um tema de bloqueio muito comum: o que fazer quando sabemos que temos toda uma potência, mas não conseguimos colocá-la no mundo?

Como em toda sessão de pensamento, é a Pensadora, no caso, a aluna, que escolhe sobre o que quer pensar e faz isso de forma autônoma e independente. Eu, como Parceira de Pensamento, postura que sustento mesmo na posição de supervisora ou mentora, relaxava enquanto vislumbrava seu fluxo de pensamento.

Ela rapidamente resolveu mudar a direção do pensamento e, ao invés de olhar para o bloqueio e a falta, escolheu explorar o que tinha para comemorar de sua potência como facilitadora. Mesmo recebendo feedbacks incríveis de suas facilitações, ela não conseguia se apropriar de suas qualidades positivas.

Ela passou um tempo relembrando os tantos feedbacks que recebeu e que indicavam características de uma excelente facilitadora. Listou inúmeras qualidades que ela mesmo tinha dificuldade de reconhecer e disse:

“Me assustei. Eu achei que teria só uma qualidade positiva para celebrar. Por que eu não comemoro mais tudo isso? Por que eu deixo de lado o que eu tenho de potência enquanto o que eu mais preciso é acessá-la?”

Ela usou o restante da sessão para comemorar e celebrar, que é o que acontece quando fazemos a escolha de olhar para o que temos de melhor, e não para o que falta para nos tornarmos melhor.

Eu escutava com atenção. Parece poesia escutar alguém e conhecendo genuinamente suas qualidades quando se mantém no exercício de humildade.

Sim, escutar uma pessoa vendo a si mesma em sua máxima potência é verdadeira poesia!

E assim, usando as próprias palavras da Pensadora, devolvi a ela como eu a via:

Vejo essa pessoa forte, sensível, inspiradora…
que mistura sua vida com carreira,
que ajuda todo mundo de alguma maneira.
Conforme você se encontra,
você faz as pessoas se encontrarem.
Você faz isso porque você gosta de ser assim.
Você faz isso porque você traz repertório,
repertório de vida.
Se engajar nisso não é fácil.
Mas daí, você torna leve o que é difícil.
É natural e desafiador.
É muito bonito te ver evoluindo nesse processo.
É muito bonito ver você se entendendo como facilitadora,
de não só focar nos entregáveis,
mas de ser Thinking Environment.
Não é fácil.
Tem que querer muito.
Tem que se dedicar muito.
Tem que prestar muita atenção em você e no outro.
É muito bonito ver como você tem evoluído como pessoa,
como uma mulher,
sentindo a sua potência,
apesar de às vezes querer se esconder.
Celebro quem você é.
Celebro toda a sua capacidade.
Celebro a sua capacidade de tomar decisões, de fazer escolhas com mais leveza.
Tudo que você aprende te ajuda a ser mais leve e a criar ambientes mais leves,
te ajuda a ficar mais saudável, mais sensível, a cuidar de você mesma.
Celebro você.

A potência dessas sessões não está ligada ao que eu falo para a pessoa, mas ao fato de ela ter dito tudo isso para si mesma, e por si mesma. Essas palavras (com leves toques editoriais) vieram dela enquanto celebrava a si mesma. Eu só escrevi. E essa é a beleza da Parceria de Pensamento. Conforme a pessoa toca em sua própria potência, eu me beneficio, porque me ajuda a relembrar o que tenho em mim também. Esses encontros com qualidade de atenção, presença, igualdade, encorajamento e todos os componentes que criam um Thinking (Feeling) Environment nos fazem relembrar quem realmente somos, na essência.

Gratidão, querida aluna, por me presentear com esta sessão!